A Geração Z derruba governos em uma onda revolucionária que varre o planeta. Do Nepal ao Peru, passando por Bangladesh, Indonésia, Madagascar e Marrocos, jovens nascidos entre 1997 e 2012 tomam as ruas exigindo mudanças radicais. Em menos de dois anos, essa juventude hiperconectada já provocou a queda de pelo menos oito governos, transformando completamente o cenário político global.
Neste artigo, você vai descobrir como a Geração Z derruba governos usando redes sociais, organização horizontal e símbolos da cultura pop. Além disso, vamos analisar os pontos em comum entre esses movimentos e entender por que essa onda de protestos pode estar apenas começando.
🌍 Como a Geração Z derruba governos: o fenômeno global que começou no Quênia
O movimento onde a Geração Z derruba governos ganhou força mundial em 2024, começando no Quênia. Em maio daquele ano, jovens quenianos se mobilizaram contra um projeto de lei que aumentava impostos em plena crise econômica. Utilizando plataformas como TikTok, X (antigo Twitter) e Instagram, organizaram protestos massivos que forçaram a revogação da lei.
Primeiramente, os manifestantes demonstraram domínio impressionante de ferramentas digitais. Usaram inteligência artificial para traduzir documentos governamentais para línguas minoritárias, hackearam sites oficiais para vazar números de telefone de políticos e criaram programas com GPT para explicar termos complexos à população. Consequentemente, conseguiram mobilizar milhões de pessoas em poucos dias.
Segundo Sam Nadel, diretor do Social Change Lab no Reino Unido, esses protestos compartilham a sensação comum de que sistemas políticos tradicionais não respondem às preocupações da juventude, sejam corrupção, mudanças climáticas ou desigualdade econômica Geração de revoltas? A fúria da Gen Z que derrubou governos pelo mundo. Portanto, o protesto se torna a válvula de escape quando canais institucionais parecem bloqueados.
Além disso, os protestos quenianos deixaram pelo menos 60 mortos e forçaram o presidente William Ruto a revogar a lei e reformar todo o gabinete. Assim sendo, estabeleceram o padrão para os movimentos seguintes.
🇧🇩 Revolução de Julho em Bangladesh: quando a Geração Z derruba governos autoritários
Em julho de 2024, a Geração Z derruba governos novamente, dessa vez em Bangladesh. Estudantes se mobilizaram contra um sistema de cotas que reservava mais da metade dos postos de serviços civis a descendentes de guerrilheiros da guerra de liberação nos anos 70. Essa política criava nepotismo excessivo, já que incluía a própria primeira-ministra Sheikh Hasina.
Por outro lado, o contexto econômico era devastador. Dados do Banco Mundial mostravam que, em uma nação de 170 milhões, mais de 30 milhões não estavam empregados ou estudando. Ademais, cerca de 500 mil a 600 mil pessoas competiam por apenas 600 a 700 empregos públicos, com 56% das vagas reservadas por cotas.
Entretanto, quando Hasina baniu redes sociais e implementou toque de recolher, a juventude se enfureceu ainda mais. Os protestos escalaram rapidamente, e manifestantes marcharam até a residência presidencial. Consequentemente, durante os 46 dias de manifestações, 1.400 pessoas foram mortas, segundo relatório da Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Finalmente, manifestantes invadiram e vandalizaram a residência presidencial, forçando Hasina a renunciar e fugir do país. Dessa forma, Bangladesh se tornou o segundo país onde a Geração Z derruba governos em 2024.
🇳🇵 Nepal em chamas: a queda mais rápida de governo pela Geração Z
O caso mais dramático onde a Geração Z derruba governos aconteceu no Nepal em setembro de 2025. Os protestos começaram após o governo banir plataformas como Facebook, X e YouTube por não se registrarem com reguladores. Entretanto, as queixas eram muito mais profundas: corrupção, nepotismo e desemprego explosivo.
Com taxas de desemprego juvenil em 20,82% em 2024 e o país dependendo de remessas que representam 33% do PIB, a tentativa de controlar o espaço digital foi vista como humilhação. Em outras palavras, jovens nepaleses dependem das redes sociais para buscar trabalho no exterior, já que não encontram oportunidades locais.
Em menos de 48 horas após o início dos protestos, pelo menos 19 pessoas foram mortas no primeiro dia, muitas delas jovens em uniformes escolares. Além disso, manifestantes incendiaram o Parlamento, a Suprema Corte, a residência do primeiro-ministro e diversos prédios governamentais. Portanto, o nível de destruição foi sem precedentes.
Consequentemente, o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli renunciou em 9 de setembro de 2025, apenas dois dias após o início das manifestações. Ademais, Sushila Karki foi empossada como primeira-ministra interina, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo. Nesse sentido, o Nepal demonstrou a velocidade com que a Geração Z derruba governos no mundo atual.
🏴☠️ A bandeira pirata do One Piece: símbolo global dos protestos da Geração Z

Um elemento fascinante de como a Geração Z derruba governos é o uso criativo da cultura pop. A bandeira Jolly Roger dos Piratas do Chapéu de Palha, do mangá One Piece, tornou-se símbolo dos manifestantes, começando na Indonésia e espalhando-se globalmente.
Quando o presidente indonésio Prabowo ordenou que cidadãos hasteassem bandeiras nacionais, grupos de caminhoneiros hastearam em seu lugar a bandeira pirata do anime. A caveira com ossos cruzados e chapéu de palha representa a tripulação que luta contra tiranos e injustiças na série.
Além disso, segundo especialista em cultura japonesa, o personagem principal Luffy é extremamente determinado e persegue seus objetivos mesmo enfrentando obstáculos impossíveis. Portanto, jovens se identificam com essa mensagem de resistência e luta por justiça. Consequentemente, a bandeira apareceu em protestos no Nepal, Peru, Paraguai e Marrocos.
Peru: quando a Geração Z derruba governos na América Latina
A onda onde a Geração Z derruba governos chegou à América Latina em setembro de 2025. No Peru, manifestações começaram em 20 de setembro após o governo anunciar reformas na lei previdenciária que exigiam pagamento de jovens a fundos privados.
Entretanto, os protestos rapidamente se ampliaram para questões mais profundas. A presidente Dina Boluarte tinha taxa de aprovação de apenas 2,5%, refletindo ansiedade econômica generalizada e raiva por escândalos de corrupção. Ademais, Boluarte estava envolvida em diversos escândalos, incluindo ausência não comunicada para realizar cirurgia plástica no nariz e bens de luxo não declarados, como relógios Rolex.
Caminhoneiros, taxistas e outros serventes públicos rapidamente se juntaram à causa da Gen Z, dizendo que o governo não estava fazendo o suficiente para lidar com o alto crime. Portanto, o movimento cresceu exponencialmente em poucos dias.
Consequentemente, parlamentares se reuniram na madrugada do dia 10 de outubro para sessão de impeachment, e Boluarte foi destituída após apenas 20 minutos de espera, já que não compareceu para apresentar defesa. Assim sendo, o Peru se tornou o sétimo presidente em 8 anos, demonstrando a instabilidade política profunda do país.
Marrocos: “Não vai ter copa” – quando a Geração Z derruba governos antes de megaeventos
No Marrocos, a Geração Z derruba governos usando o slogan “Não vai ter copa”. Os protestos começaram após a morte de oito mulheres grávidas durante cirurgias cesarianas em hospital público em Agadir, expondo o colapso do sistema de saúde.
Organizados através da plataforma Discord sob a organização Gen Z 212, em alusão ao código telefônico do país, manifestantes exigem reformas abrangentes na saúde, educação e justiça social. Por outro lado, o governo investe bilhões na infraestrutura da Copa do Mundo de 2030, enquanto hospitais permanecem superlotados e o desemprego juvenil atinge 36%.
Além disso, quase 1 em cada 5 universitários está sem trabalho, e o sistema de educação subfinanciado forma graduados com poucas perspectivas. Consequentemente, jovens marroquinos sentem que o governo prioriza megaeventos esportivos enquanto ignora necessidades básicas da população.
A resposta do governo foi brutal: três pessoas foram mortas, centenas feridas e mais de 400 manifestantes presos, muitos menores de idade. Entretanto, os protestos continuam se espalhando por todo o país, incluindo Rabat, Casablanca e Marrakesh.
Madagascar: quando militares apoiam a Geração Z que derruba governos
Em Madagascar, a Geração Z derruba governos com apoio surpreendente das forças armadas. Jovens protestavam contra nepotismo enquanto cidadãos vivem na pobreza, corrupção governamental e o planejamento de investimentos supérfluos como construção de teleférico sobre a capital custando 152 milhões de dólares.
Entretanto, o mais extraordinário foi que simpatizantes da causa surgiram dentro do Capsat, unidade de elite do exército, que eventualmente tomou controle do grupo. Além disso, o mesmo aconteceu com a polícia e forças paramilitares. Consequentemente, essas forças passaram a escoltar manifestantes pelas ruas, apoiando sua causa sob as mesmas bandeiras piratas.
Milhares de jovens protestaram contra escassez de água e blackouts constantes em um dos países mais pobres da África. Ademais, pelo menos 22 pessoas foram mortas e mais de 100 feridas, segundo a ONU.
Finalmente, percebendo a falta de apoio das forças armadas, o presidente Andry Rajoelina saiu do país com ajuda da França e dissolveu o parlamento. Entretanto, foi deposto em golpe militar quando forças do Capsat tomaram o poder. Portanto, Madagascar se tornou outro país onde a Geração Z derruba governos com sucesso.
🔗 O que conecta todos os movimentos onde a Geração Z derruba governos?
Segundo Subir Sinha, diretor do SOAS South Asian Institute, existe ligação clara entre os vários protestos liderados pela Geração Z em todo o Sul Global. As prioridades das elites no poder parecem muito distantes da vida cotidiana, dos medos e das ansiedades que a Geração Z enfrenta.
Primeiramente, desemprego juvenil explosivo aparece em todos os países. Em segundo lugar, corrupção sistêmica e nepotismo geram revolta generalizada. Além disso, desigualdade econômica crescente destrói esperanças no futuro. Finalmente, sistemas políticos que não respondem às demandas da juventude.
Meenakshi Ganguly, diretora-adjunta para Ásia da Human Rights Watch, destaca que a Geração Z experimentou duas recessões econômicas em suas vidas: 2008-09 e depois na pandemia. Ademais, passaram anos formativos em isolamento durante a COVID-19, o que amplificou seu uso de plataformas digitais a níveis sem precedentes.
Portanto, quando a Geração Z derruba governos, não é apenas sobre redes sociais ou cultura pop. É sobre uma geração inteira que se recusa a aceitar promessas quebradas e futuro sem oportunidades.
💻 O papel da tecnologia: como a Geração Z derruba governos usando redes sociais
A tecnologia é fundamental para entender como a Geração Z derruba governos com tanta eficiência. Manifestantes fazem uso inteligente de plataformas digitais que se tornaram importantes ferramentas, especialmente Discord, além de redes sociais tradicionais e inteligência artificial.
Em primeiro lugar, a organização acontece de forma horizontal, sem líderes centralizados. Dessa forma, governos não conseguem desarticular os movimentos prendendo figuras específicas. Em segundo lugar, informações se espalham com velocidade estonteante através das redes sociais. Consequentemente, protestos locais ganham solidariedade internacional em horas.
Além disso, jovens usam VPNs para contornar bloqueios governamentais, criam códigos QR em panfletos físicos para divulgar links e utilizam inteligência artificial para traduzir e simplificar documentos complexos. Portanto, possuem arsenal digital que governos tradicionais não conseguem combater efetivamente.
Conclusão: a onda onde a Geração Z derruba governos está apenas começando
A série de eventos onde a Geração Z derruba governos representa mudança histórica na política global. Em menos de dois anos, jovens hiperconectados provocaram a queda de pelo menos oito governos em quatro continentes diferentes. Ademais, os protestos continuam ativos no Marrocos, Indonésia e outros países.
O momentum da tendência rebelde da geração Z não para, e continua inspirando manifestações em países como Sérvia e Timor-Leste. Portanto, essa onda revolucionária pode estar apenas no começo, especialmente considerando que problemas estruturais como desemprego juvenil, corrupção e desigualdade não foram resolvidos.
Para governos do mundo inteiro, a mensagem é clara: ignorar as demandas da juventude tem consequências políticas graves. Para a Geração Z, esses movimentos demonstram que organização digital, solidariedade internacional e ação coletiva podem, de fato, transformar a realidade.
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